reportagem especial

VÍDEO: Fósseis de mais de 200 milhões de anos podem fomentar o turismo e pesquisa na região

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Fotos: Pedro Piegas (Diário)/

Extintos há 66 milhões de anos, os dinossauros quebraram um recorde em 2022. Através dos achados de seus vestígios, os pesquisadores preveem suas idades e entendem melhor sobre a origem e evolução dos dinossauros. Neste mês, a região foi premiada com um título já conhecido pelos cientistas: foi certificado pelo Guinness World Records que os fósseis de dinossauros encontrados aqui são os mais antigos do mundo.

A visibilidade internacional que os fósseis achados aqui trazem para a região Central é analisada pela doutora e professora do Departamento de Turismo da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Caroline Ceretta como um momento único de possibilidade para os municípios envolvidos desenvolverem o turismo e demais setores da economia como a formação de empregos. Para ela, o turismo tende a "constituir um indicador de desenvolvimento sustentável ímpar, incluindo também suas características identitárias em torno do patrimônio cultural e natural". 

Ainda segundo Caroline, será construída uma mobilização entre a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), os nove municípios membros do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável (Condesus) e os dirigentes e secretários de turismo das prefeituras dos municípios da Quarta Colônia, para criação de estratégias de desenvolvimento da região em torno de uma certificação dada pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) ao Geoparque, uma área preservada e utilizada em prol do desenvolvimento sustentável da região. Esse território pode gerar turismo, criação de produtos, alimentos, artesanato ou demais atividades.

- A universidade, através dos cursos de Tecnologia em Gestão em Turismo, a Pró-Reitoria de Extensão - Geoparque e outros cursos envolvidos diretamente com a Proposta de Geoparque, estão atuando constantemente para que a região tenha uma alternativa diferenciada e qualificada de formação, emprego e renda através do turismo - explica Caroline. 

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Quem deve tomar a frente para o incentivo financeiro de estratégias de turismo deve ser a iniciativa privada. Segundo o secretário de turismo do governo do Estado, Ronaldo Santini, que veio a Santa Maria no dia da entrega do certificado do recorde, caberá ao Estado apenas colaborar, facilitando, por exemplo, em entraves burocráticos que possam vir a ocorrer. Para o secretário, é previsível que exista a instalação de parques temáticos, que por sua vez, trariam novos hotéis e restaurantes para atender ao público.

- Precisamos trabalhar em parceria, público e privado, para que o turismo do nosso estado esteja cada vez mais posicionado com o melhor destino do país. Dessa forma, acredito que juntos poderemos fazer um belo trabalho já que agora, definitivamente, trazemos este reconhecimento para o nosso estado - disse Santini, em Santa Maria, no dia 16 de março. 

POTENCIAL TURÍSTICO: AGUDO COMO BERÇO DOS DINOSSAUROS

No município de Agudo, reconhecido como o Berço dos Dinossauros, foram encontradas algumas das espécies de dinossauros mais antigas do mundo, que viveram há 225 milhões de anos: Pampadromaeus barberenai, Macrocollum Itaquii, Bagualossaurus agudoensis e Erythovenator jacuiensis. O projeto de lei que confere a Agudo o título de Berço foi protocolado a nível nacional na Câmara dos Deputados em Brasília, pelo deputado federal Giovani Cherini (PL).

Um Espaço dos Dinossauros será estreado no domingo (27), às 14h, com a réplicas das quatro espécies encontradas na cidade expostas no Largo Aldo Berger, em frente à prefeitura. No futuro, o plano é tornar todo o espaço em um jardim multicultural, com gastronomia e artesanatos locais, incentivando o turista que venha conhecer o Parque a conhecer a cultura local. O "VolksGarten", como foi batizado, será também um espaço de lazer aberto ao público, conforme explica a secretária de desenvolvimento econômico, cultura e turismo da cidade, Djulia Ziemann:

- Foi pensado para que as pessoas comercializem dentro desses espaços os produtos da feira colonial e também do artesanato. Então o VolksGarten nos promete passar a mensagem do que Agudo tem de melhor, qual é a identidade turística do nosso município. 

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Entre as réplicas que serão estreadas no domingo, ainda haverá uma espécie muito próxima dos dinossauros que também foi encontrada em Agudo, o Sacisaurus agudoensis. Conheça mais detalhes sobre cada um deles:

  • Pampadromaeus barberenai foi o corredor dos pampas, pesava 15kg e media 1,20m de comprimento por 50cm de altura. Sua alimentação era à base de vegetais e pequenos animais;
  • Macrocollum Itaquii é o mais antigo dinossauro de pescoço longo. Tinha alimentação a base de folhas e pesava 100kg, com 3m de comprimento e 1,5m de altura;
  • Bagualossaurus agudoensis foi encontrado em 2007 por paleontólogos da Ufrgs. Ele era bípede e media 1m de altura por 2,5m de comprimento. Ele tinha alimentação a base de folhas;
  • Erythovenator jacuiensis encontrado próximo ao Rio Jacuí e por isto leva este nome. Era um caçador bípede e pesava 9kg. Tinha cerca de 2m de comprimento e 1,5m de altura;
  • Sacisaurus agudoensis era um parente muito próximo dos dinossauros que viveu há 220 milhões de anos. O nome "Saci" veio em homenagem ao folclore brasileiro, pelo fato de terem sido encontrados 19 fêmures direito do animal, e nenhum esquerdo. Era quadrúpede e pesava 25kg. Sua alimentação era à base de vegetais, e 70 cm de altura e 1,5m de comprimento. 

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Inauguração do espaço com as réplicas.

  • DATA: Domingo, dia 27
  • LOCAL: Largo Algo Berger, em Agudo
  • HORÁRIO: A partir das 14h
  • ATRAÇÕES: Inauguração do espaço paleontológico do período triássico de Agudo, Caça aos fósseis, Mini exposição paleontológica com o Cappa, Presença de bonecos de dinossauros, Venda de produtos artesanais relacionados à paleontologia, Brinquedos infláveis.

Vacinação contra a Covid-19 também será feita em farmácias da rede privada

SÃO JOÃO DO POLÊSINE 

Quem também investiu em réplicas foi o município de São João do Polêsine. A cidade é sede do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da UFSM e do Geoparques, e já teve dois dinossauros descobertos em suas terras: o Gnathovorax cabreiraI e o Buriolestes schultzi, ambos viveram há 233 milhões de anos.

  • Gnathovorax cabreirai: chegava a medir 3m de comprimento e era um dos maiores carnívoros do ambiente em que vivia.
  • Buriolestes schultzi: era carnívoro e media 1,5m e pesava 6kg. Mesmo pequeno, seus descendentes eram gigantes de pescoço longo. É considerado o membro mais primitivo da linhagem dos sauropodomorfos. 

Um Museu da História Natural da Quarta Colônia, foi anunciado nesta semana, e contará com o acervo do Cappa, que possui os mais antigos fósseis triássicos do mundo. O museu deve ser construído ao lado da sede do Cappa, com 480 metros quadrados para exposição de fósseis e réplicas de dinossauros, além de um prédio de apoio e um auditório. O custo da implementação foi orçado em R$ 2,6 milhões. 

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Imagem: Condesus/Divulgação 

Investimentos em turismo e na educação já haviam sido realizados antes da titulação trazida pelo Guinness. Antes da pandemia, era organizado o "Paleodia", uma iniciativa do Cappa e da UFSM que reunia exposição e atividades de recreação para receber alunos das escolas da região. O evento costumava acontecer nos meses de setembro e outubro, e deve ser retomado conforme as permissões dessas atividades nos protocolos sanitários. 

Neste ano, até o mês de junho, o município pretende estrear uma rota turística, que inicia na cidade de Candelária, passando pelos municípios de Restinga Seca, Faxinal do Soturno, Dona Francisca e Agudo. A iniciativa partiu da Associação de Cicloturismo de Candelária, e deve instalar placas nas cidades orientando os turistas ao locais importantes para a paleontologia.

SANTA MARIA

Na cidade de Santa Maria foram encontrados dinossauros que viveram a aproximadamente 230 milhões de anos, entre eles, o Saturnalia tupiniquim. Seu encéfalo passou pela primeira reconstrução digital em 2017, revelando características do comportamento e biologia do animal. Saiba mais sobre os demais dinossauros encontrados aqui:

  • Staurikosaurus pricei: era carnívoro e media 2m de comprimento e 1m de altura.
  • Saturnalia tupiniquim: era onívoro e comia de tudo. Tinha 1m de comprimento e 50 cm de altura.
  • Nhandumirin waldsangae: era carnívoro e pesava cerca de 5 kg. Média 2 metros de comprimento e 1m de altura.

Nesta semana, foi tramitado para a Câmara de Vereadores um projeto de lei que torna o sítio arqueológico da Alemoa um Monumento Natural Paleontológico. O local tem área de 21,5 hectares, e abriga o mais evidente afloramento geológico da cidade. Entre as justificativas do projeto, está a proteção dos fósseis que existem no local, a conservação das características geológicas e o desenvolvimento do turismo paleontológico e ecológico do município.

Segundo a secretária de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Ticiana Fontana, o licenciamento ambiental foi pensado como uma forma do município dar seguimentos às pesquisa e também tornando o espaço possível de ser explorado turísticamente, o que deve acontecer com apoio de empresas interessadas: 

- Quem vai fazer a diferença é a iniciativa privada, mas o [poder] público ajuda desenvolvendo políticas e leis como esta que resguardem o patrimônio existente.Então é um momento de bastante expectativa, além do potencial de nos tornarmos um ponto de turismo de lazer.

FAXINAL DO SOTURNO

O prefeito de Faxinal do Soturno e presidente do Condesus, Clóvis Montagner (PP), viajou esta semana para Brasília em busca de recursos para a região. Segundo ele, foram garantidos R$ 1,8 milhão através do Ministério da Cidadania para investimentos na melhoria de qualificação profissional, visando maior desenvolvimento da região e preparando para um aumento no número de turistas e visitantes. Serão abertos cursos técnicos, de bordado, artesanato, culinária e empreendedorismo até o ano de 2024. As inscrições devem ser realizadas pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras).

Devido à falta de transporte, alunos de escola de educação especial estão há um mês sem aulas

OS ANIMAIS MAIS ANTIGOS DO MUNDO?

Para ganhar o título de estrutura geológica com os fósseis mais antigos do mundo, a DinOrigin precisou de uma série de documentos teóricos, como a inclusão de artigos científicos e uma defesa argumentativa, para trazer o título à Formação Santa Maria. A equipe é formada entre entusiastas da causa e paleontólogos que realizaram pesquisas da área na Ulbra entre os anos de 2004 e 2019. Ao todo, foram 292 fósseis encontrados, entre eles, 4 de dinossauros e 2 dos mais antigos: o Buriolestes schultzi e o Gnathovorax cabreirai

Para entrar no livro de recordes, um dos critérios é ter um marco que possa ser batido. Neste caso, os dinossauros gaúchos competiam pelo título de mais velhos com o Nyasasaurus parringtoni, encontrado na Tanzânia em rochas que datam 243 milhões de anos. Porém, devido aos vestígios serem muito fragmentados, existe a contestação se a criatura era ou não um dinossauro ou se tratava de alguma outra forma de réptil.

Agora, depois de ter garantido o título à região, a equipe parte para a iniciativa privada, em que elabora projetos de construção de parques temáticos na região, ainda em busca de mais empreendedores. Para o diretor da DinOrigin, Ciro Cabrera, o fato da região ser rica em achados fossíferos deveria beneficiar a população, e por isso a ideia de investir na área e trazer visibilidade:

- Uma das grandes dificuldades do paleontólogo é tirar o trabalho científico de dentro do laboratório e fazer com que esse trabalho chegue até a população. E existe uma atração inequívoca pelos dinossauros, mas que gera riqueza, oportunidade e postos de trabalho através de parques, museus e livros. 

ARGENTINA vs BRASIL

Outro candidato próximo a este recorde, e argumentado pelos cientistas de que a fauna é idêntica à Formação de Santa Maria, são os dinossauros encontrados na Formação Ischigualasto nas províncias de San Juan e Rioja no noroeste da Argentina. Tratam-se dos Herrerasaurus ischigualastensis e Eoraptor lunensis, encontrados em rochas datadas de 231,7 milhões de anos. Os fósseis encontrados na Argentina puderam ter a sua catalogação com a data exata de origem por causa do material encontrado acima e abaixo do pacote em que estavam localizados, a cinza vulcânica. Através dela, é possível prever a data exata em que os animais viveram naquele local.

Já os fósseis do Brasil estavam cobertos por um material chamado de zircão detrítico, um mineral da cinza vulcânica. Esse componente não permite que o momento exato seja afirmado pelos cientistas, mas sim um período aproximado da história. Portanto, as rochas presentes na região, foram datadas em até 233,23 milhões de anos, sendo originárias do período Triássico, com os dinossauros: Gnathovorax cabreirai, Staurikosaurus pricei, Saturnalia tupiniquim, Buriolestes schultzi e Nhandumirim waldsangae. Como o método de datação indica uma idade aproximada de deposição, o que levou a idade máxima de 233 milhões, também poderia voltar a um pouco menos, alcançando a idade da Argentina.

O CAPPA

O Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica (Cappa) da Quarta Colônia é um trabalho de extensão da UFSM que desenvolve trabalhos de pesquisa, réplicas e estratégias de ensino e extensão. É formado pelos municípios de Agudo, Dona Francisca, Faxinal do Soturno, Ivorá, Nova Palma, Pinhal Grande, Restinga Sêca, São João do Polêsine e Silveira Martins.

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Na foto: Rodrigo Muller, diretor do Cappa, Mauricio Garcia, biólogo e aluno de mestrado em biodiversidade animal da UFSM, e Jossaro de Rosso Morais, geografo e aluno de mestrado em biodiversidade animal da UFSM.

Oficialmente, o Cappa passou a trabalhar com um corpo técnico constante a partir de 2016. Antes disso, os grupos de pesquisa do Estado já utilizavam a infraestrutura e equipamentos do Cappa como apoio, o que acabou somado na coleção científica do Centro. Nestes anos de atuação, o Cappa já chega próximo a marca de 100 estudos científicos publicados, e aproximadamente 300 espécimes catalogados, mas com inúmeros ainda em fase de preparação. 

Os estudos, escavações e pesquisas realizadas pelo Cappa têm auxiliado a entender e descrever a evolução e origem dos dinossauros, conforme explica o diretor e Técnico de Laboratório de Paleontologia do Cappa, Rodrigo Muller: 

- Os dinossauros daqui são os mais antigos do mundo, então por isso eles têm esse papel importante para a gente conseguir entender a origem e evolução desse grupo. Essas pesquisas têm ajudado a gente a entender esse momento da história da vida que é o início da evolução dos dinossauros. 

O Cappa abriga um acervo de fósseis de dinossauros basais, cinodontes, dicinodontes e rincossauros. Na região, são encontrados em sua maioria fósseis de vertebrados, invertebrados, plantas e icnofósseis.

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Foto: Arquivo/Diário

Para visitar* o acervo do Cappa, é preciso agendar com antecedência pelo telefone (55) 99974-1090

  • O quê? Visitação ao acervo do Cappa
  • Onde? Em São João do Polêsine (Rua Maximiliano Vizzotto, 598)
  • Quando? De segunda a sexta-feira, às 9, 11, 14 ou 16h
  • * é permitido o máximo 8 visitantes por vez

DA ESCAVAÇÃO ATÉ A CATALOGAÇÃO

Terrenos de rochas sedimentares, formadas pela decomposição de água no solo, que eram uma lama no passado, possuem cor avermelhada e indicam a presença de fósseis na região Central do Estado. Essas áreas são caracterizadas como sítios paleontológicos, pois possuem condições adequadas à formação e preservação de fósseis. Dentro da rotina da equipe do Cappa está o mapeamento desses terrenos através de imagens aéreas do Google Earth.

Depois desse mapeamento, começa o trabalho de escavação, que costuma ser o período mais rápido das pesquisas, variando conforme o tamanho do fóssil. O crânio encontrado nesta semana em Agudo, por exemplo, levou 2 dias para ser escavado. Normalmente, os esqueletos são encontrados de forma isolada, devido ou ao local ser próximo à água, o que acabou dividindo os fragmentos dos dinossauros.

- É uma região muito rica, dificilmente a gente vai fazer um trabalho de campo e não vai encontrar nenhum fóssil. Pelo menos uma vez na semana a gente vai em busca de fósseis, então sempre vai ter um fóssil novo na região, difícil não ter um fóssil em algum sítio [arqueológico] daqui. - afirma o diretor do Cappa

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Na foto, uma parte do fóssil do Siriusgnathus niemeyerorum encontrado em Agudo nesta semana

Depois de retirado do solo, o fóssil é levado para o laboratório para que seja analisado pelos pesquisadores. É neste momento que a categoria do animal é descoberta, por meio da análise de suas características e comparação com outros animais já catalogados pelo grupo. Esta etapa pode levar até um mês.

O achado só se tornará objeto de estudo e escrita científica caso seja uma novidade, as espécies já encontradas ou sem características novas não passam novamente por estudos. Todo material encontrado é catalogado e tombado pelo Cappa para que se some as estatísticas e mapeamento dos dinossauros existentes na região.

O QUE FAZER QUANDO ACHAR UM FÓSSIL?

  • Caso um morador da Região Central se depare com um fóssil, é preciso que não o remova do local, e entre em contato com o Cappa para informar sobre o acho. Uma equipe será enviada para realizar a coleta de forma adequada e levá-lo até a instituição, onde estudo deste será realizado.

20 ANOS E 20 DESCOBERTAS 

A pesquisa paleontológica na região já completa 20 anos. O que você conhece para além dos feitos de descoberta dos esqueletos de dinossauros mais completos do Brasil, dos dinossauros de pescoço longo mais antigos do mundo, e da reconstrução do cérebro mais completo de um dos dinos mais antigos do mundo? Em parceria com o diretor do Cappa Rodrigo Muller, a reportagem preparou uma lista de 20 achados da região, confira abaixo:

2009

  • Uma criatura de aparência peculiar: o fóssil escavado em Novo Cabrais, nomeado como Protuberum cabralensis, fazia parte da linhagem que deu origem aos mamíferos. Entre suas características, ele possuía uma série de protuberâncias em suas costelas, conferindo ao animal uma aparência única. 
  • Um dinossauro junto a um parente dos pterossauros: Outros dois esqueletos associados foram escavados no mesmo ano em São João do Polêsine. Um deles pertencia a um dinossauro chamado Buriolestes schultzi. O outro recebeu o nome de Ixalerpeton polesinensis e foi reconhecido como um parente próximo dos pterossauros. 

2010

  • Um predador gigante: o esqueleto fóssil de Presotuschus chiniquensis, escavado em Dona Francisca, teria quase 7 metros de comprimento. Ele foi o maior predador do momento em que existiu. Embora fosse um animal imenso, ele era um dinossauro, mas sim um parente distante dos crocodilos. 

2011 

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  • Uma associação de 10 esqueletos: Em 2011 foi publicado um estudo apresentando 10 esqueletos encontrados em Dona Francisca. Os exemplares pertenceram a um réptil carnívoro com cerca de 2 metros de comprimento e receberam o nome de Decuriasuchus quartacolonia.

2012

  • Os primeiros dinossauros completos do Brasil: foram identificados esqueletos fósseis no município de Agudo em 2012. O estudo foi publicado em 2018, batizando os animais de Macrocollum itaquii. A espécie corresponde aos primeiros esqueletos completos de dinossauros do Brasil e também são os mais antigos fósseis de dinossauros de pescoço longo.

 2013

  • Os parentes mais próximos dos mamíferos: esqueletos minúsculos, do tamanho similares a um rato, foram descobertos na cidade de Faxinal do Soturno. Com os nomes Brasilodon quadrangularis e Brasilitherium riograndensis, foram reconhecidos como os parentes mais próximos dos mamíferos, tornando-se um dos fósseis mais importantes já descobertos, uma vez que são peças-chave para o entendimento da origem dos mamíferos.

2014

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  • Os primeiros estudos com tomografias computadorizadas do Estado: no estudo, foi digitalmente reconstruído o encéfalo do parente próximo dos mamíferos chamado de Brasilitherium riograndensis, um pequeno animal encontrado em Faxinal do Soturno

2015

  • Plantas no registro fóssil: um estudo publicado apresentou uma série de registros de impressões de plantas encontradas no município de Faxinal do Soturno, a região é bastante conhecida pelos troncos fossilizados encontrados em diversos municípios.

2016

  • Dinossauros devorados por insetos: ossos fossilizados escavados na região estavam repletos de marcas de mandíbulas deixadas por insetos. Os registros revelaram que essas carcaças ficaram expostas por períodos suficientes para que esses insetos fossem capazes de se alimentar delas.

2017

  • Quase um dinossauro: a criatura descoberta em Agudo não foi considerada como um dinossauro propriamente dito, mas um parente muito próximo deles. A criatura recebeu o nome de Sacisaurus agudoensis e oferece pistas a respeito do surgimento dos dinossauros.

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  • Por dentro da cabeça de um dinossauro: Um dinossauro de Santa Maria passou pela primeira reconstrução digital do encéfalo. Se trata de um dos dinossauros mais antigos do mundo, Saturnalia tupiniquim. O estudo revelou características do comportamento e biologia do animal. 


  • Um vizinho de outro continente: Foi reconhecida a presença de um cinodonte chamado de Aleodon, conhecido na África, em uma série de localidades fossilíferas do Rio Grande do Sul. A presença é possível que tenha ocorrido o Período Triássico, quando os continentes unidos formando o Pangeia. Essa descoberta ajudou a entender as relações entre as paleofaunas do Brasil e da África. 

2018

  • As primeiras datações oficiais:  Um estudo datou um sítio de Santa Maria como tendo 233 milhões de anos e outro de Faxinal do Soturno com 225 milhões de anos. 

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  • Um tataravô de gigantes: Em 2018 foi descrito o Bagualosaurus agudoensis. Esse dinossauro descoberto em Agudo foi um dos mais antigos membros da linhagem que posteriormente deu origem aos dinossauros herbívoros de pescoço longo. O fóssil trás pistas de como foi o início da evolução deste grupo. 



  • Uma fauna única: Um novo sítio fossilífero descoberto no interior do município de Agudo revelou três novas espécies fósseis, chamadas de Siriusgnathus niemeyerorum, Agudotherium gassenae e Erythrovenator jacuiensis. 

2019

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  • O mais antigo dinossauro predador: Achado em São João do Polêsine, o Gnathovorax cabreirai e representa o mais completo registro de um dos mais antigos dinossauros predadores de topo de cadeia.

2020

  • O primeiro encéfalo completo: um estudo apresentou a primeira reconstrução completa do encéfalo e um dos mais antigos dinossauros do mundo. O estudo foi conduzido utilizando métodos de tomografia e um crânio completo de Buriolestes schultzi, descoberto em 2015 no município de São João do Polêsine.


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  • Um réptil capaz de quebrar ossos:  esqueleto escavado em Agudo, o Dynamosuchus collisensis, é um parente distante dos crocodilos e faz parte de um grupo que era unicamente conhecido na Escócia e na Argentina. Estudos indicam que os membros desse grupo teriam uma mordida muito forte, capaz de quebrar ossos. 

2021

  • Problemas de identidade: Por muitos anos um esqueleto descoberto em Santa Maria foi atribuído ao grupo dos dinossauros herbívoros chamados de sauropodomorfos. Entretanto, uma avaliação publicada em 2021 revelou que o esqueleto na verdade pertenceu a um dinossauro predador, sendo o maior esqueleto de um dinossauro do Rio Grande do Sul, chegando a medir quase 4 metros de comprimento.

2022

  • Mais antigo precursor dos dinossauros na América do Sul: Um exemplar escavado em Dona Francisca revelou pertencer a um membro da linhagem que deu origem aos dinossauros, entretanto, o fóssil foi escavado em rochas com 1 milhão de anos a mais do que as que possuíam este tipo de criatura na América do Sul. 

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